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sábado, 15 de junho de 2013

O que foi bom

E todos os dias eu sinto saudade de casa. Não dá minha casa de hoje, mas da casa que um dia foi família, que tinha cheiro de domingo com jornal e queijo quente, das brigas pra arrumar o quarto, saudades da atenção e do cuidado. Ah o cuidado... não chega tarde, leva casaco, quem vai? Filha, acho melhor você não ir, estou com mau pressentimento, trás sua amiga aqui pra eu conhecer e ver se é boa pessoa.

Naquela casa eu aprendi coisas que nem sempre ponho em prática, por puro desleixo, porque no fundo eu sei que aquela é a melhor forma de se viver e fazer viver. Conheça sempre a família dos seus amigos e namorados, só assim você vai saber se são realmente o que elas mostram ser. Pessoas com muitos amigos não são tão confiáveis, todo mundo tem um melhor amigo e seu segredo pode não estar tão bem guardado. Cuide do seu quarto e o mantenha sempre organizado isso vai fazer com que você jao perca muito tempo procurando as coisas.

Naquela casa tinha tanta alegria aos sábados de festa. Todos juntos fazendo o jantar e todos juntos limpando depois. Tinha brigas e reconciliações e enterro dos ossos aos domingos. Tinha vizinhos-parentes e parentes-vizinhos. Tinha café da tarde e conversas altas. Primos corrrendo juntos com os cachorros de estimação. Tinha tudo que uma família de verdade tem e me pego sentindo falta dela todos os dias. Vejo outras famílias, mas a minha era melhor porque era minha.

Agora, só restou eu e esse imenso baú de lembranças boas e de saudades, e de apego, e de Carinhos e conselhos maternos. Comitiva pra ajudar na tarefa de casa, festa com cada nota boa da escola e comoção geral por uma nota ruim. Sinto falta de tudo isso e sofro. Sei que nunca será igual. Era a minha família perfeita com seus defeitos e eu amava todos eles, mas as outras tem sim suas belezas mas nunca será comparada à mágica da minha. Nas outras há fofocas, brigas e rancor pelos cantos, algumas alegrias, mas nem sempre tão compartilhadas e em nenhuma delas encontro meu amor e minha alegria infantil que ficou lá, na minha enorme e perfeita família perdida.